Já passaram duas semanas desde que começou a quarentena na Casinha do Feital. A bem da verdade científica, já podíamos ir à nossa vida, tentar fazer umas férias no Algarve, ou ir tirar umas fotos com o cão à Torreira. Mas vamos continuar por casa, até porque isto não é mau de todo, e o tempo hoje não convida a grandes passeios.
Ontem ainda fomos dar um passeio à Torreira, mas a GNR estava a bloquear os carros todos na Ponte da Varela a perguntar para onde ia a malta. Era uma fila que vinha até à rotunda do depósito da água. Parecia S. Paio em noite dos DAMA ou do Fernando Daniel. Ainda andamos pelo meio de becos e vielas, e fomos sair um bocado à frente dos pinheiros do Mancão. Mas voltamos pra casa, porque já eram quase cinco, e às seis começam uns bonecos no Baby TV que a miúda gosta de ver.
De qualquer forma, estamos a ficar com escassez de paciência para as parvoeiras uns dos outros. A nossa filha mais nova já nem nos fala como dantes. Parece que está à espera que a gente diga alguma coisa para começar logo a ranhosar. A minha Senhora já só me fala por monossílabos. Mas tirando isso está tudo bem.
Decidi começar a fazer criação de frangos caseiros. Cerquei ali uma parte do quintal, para o cão deixar os bichos à vontade, e fui procurar um pito no Facebay - Murtosa. Ainda não encontrei, mas se alguém tiver pelo menos um pito que já não use, eu posso tentar tratar dele cá em casa. Com o tempo podemos até começar a receber encomendas para vender pito para fora, ao fim-de-semana, e podemos também fazer entregas de pito ao domicílio. Mas para já, é preciso arranjá-los, porque depois não falta tempo para criar o pito. Na quarentena não falta tempo.
Esta noite vamos aproveitar para fazer uma coisa que não fazemos há muito tempo. Temos um resto de cachaço de atum que sobrou do almoço de ontem, por isso não precisamos de nos preocupar com jantar. Logo depois começa uma bela noite de karaoke, naturalmente com a entrada livre, limitada à capacidade higiénico-sanitária de duas pessoas adultas, uma criança e um cão. Já estou a afinar a voz para a Lusitana Paixão da Dulce Pontes.